sábado, 28 de maio de 2011

Pro meu pai

Pras horas que há explosão em meu estômago
A benção que já não mais lhe peço
Do que combinamos, eu nunca cumpri
Vários atrasos, duzentos mil palavrões

Minha falta de cheiro

Faca serrote martelo felpas, meus dedos
Teu cafuné, cabelos
Nossas rugas, as que fiz, as que lhe fizeram o tempo
Seu enorme pé, tuas mãos
Cê tem chulé
Café bom
Do que eu e você não acreditamos mais
Sardas e cordões
Sem canções, talvez uma agora, sei não

Me acorda, vai
Me leva pra escola
Pro trabalho contigo
Um abraço
Uma chance, vai

Tá, eu vou dormir cedo.
Vou dar um jeito.
Eu sei, tá bom!
"Você sempre sabe, Raul."
Me arranja um trocado?

Eu sempre admirado, mesmo que distraído
Você sempre tão humano
Cara de bravo

Traga as malas, corações
Trovoadas, uns vários riscos no céu, chuvarada

Dá descarga
Calce o chinelo
Ó a friagem
Volte cedo
Olhe o tempo que cê tá no chuveiro.

As muitas há muitas um bilhão
Exagero

Vou sempre, sei bem eu, que sempre, sim
Te amar muito, cara!

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