segunda-feira, 9 de maio de 2011

o amor não veio
separou calça sapato meia camisa cinto
programou o relógio
deitou mais cedo
veio o bocejo
chegou o sono sonhos pesadelos
o dia veio
junto veio o relógio e seu canto tão pontual
ouvidos ouviam
olhos abriam
pés e mãos trabalhando o eterno tão difícil levantar
já de pé
mão esquerda ajeitada o pau e as bolas
a direita coçava o braço esquerdo
caminhou pro chuveiro
que choveu e choveu, por longos 3 minutos
secou tudo, dera mais atenção aos dedos do pé e o corte que divide a bunda
não gostava de sabores azedos pelo corpo
vestiu tudo, penteou os cabelos, requentou o café preto e saiu
saiu pela porta, não pela janela
janelas são portas de paisagem
portas são apenas portas de passagem
partiu
foi pela calçada toda errada esburacada
pensava enquanto ia
o amor não veio
se é que ele existiu nestes teus rosados e pequenos seios
além dos meus

(Ao som de Erik Satie)

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